
"Fellini OttoMezzo", uma ficção que documenta materiais que vão de reminiscências líricas de vida a toda uma fauna humana circundante meio a uma produção de um filme em crise, em aberto.
Há de se pensar em documento e ficção. Em fantasia e realidade, em crônica como documentário numa forma cinematográfica entre o sonho e a realidade, embaralhados. Federico passa como um gato pelos limites dessas instãncias e categorias num cinema do maravilhoso em estado de desencanto que o diretor italiano atiça, provoca ao som das perfeitas musiquinhas de Nino Rota...
Um comentário:
O cinema se abre em Fellini. Abre-se a um poço imaginário do que é o próprio cinema: uma fenda vazia, onde todos os paralelos dão seus pareceres. A fenda, por sua vez preenchida, pode originar filmes que são bons ou não.
Encontra-se, no imaginário deste filme de Fellini, a falta de preenchimento da fenda, por medo, por desordem, por excesso de palavras. E encontramos o cinema preenchido de Fellini, "Otto e Mezzo", como filme que é, entendendo como ele mesmo foi feito,corajosamente, corpo de um filme de cinema.
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