domingo, 13 de janeiro de 2008
GESTO
Eu tinha visto no blog de Ranieri Brandão, "Cinema e Pessoa" : "Construa seu filme sobre o branco, sobre o silêncio e sobre a imobilidade." - Robert Bresson.
E no livro "Tudo é Brasil", tinha lido no domingo : "O cinema teria de ser escrito em uma folha em papel pegando fogo para poder registrar esse movimento de captação do pensamento de um filme, durante sua realização."- Rogério Sganzerla.
Estas duas afirmativas, distintas, revelariam ascetismo de uma oração divina, em Bresson e, a de Rogério, instantaneidade quase inapreensível da ação do fogo numa folha, como metáfora do que acontece num filme . " Curioso é a noção do branco e, em Sganzerla, a noção da rapidez de efetivação de um acontecimento..." - comentou Tonho ao ler isso no rascunho deste blog. Eu, Rômulo, acho, que longe de só pensar no contraste... TONHO, cuja arte como performer está um pouco entre o imóvel e o acontecimento, agora está sentado ( trabalhou no sábado na CinelÂndia); frente à televisão de madrugada toca os dedos, não todos, e de leve, nos poucos pêlos do peito, em camiseta de casa, e estende o braço diante de si... no vazio da madrugada de um domingo à noite; puro volume, subitamente abaixado do aparelho de tv. EIS. Pés descalços no sofá. Sua grande mão,iluminada ( até o momento não tem nada que lembre masturbação).IMÓVEL pequeno MOVIMENTO.num domingo.
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