Tonho esticou a cabeça, pescoço, ombros ( mãos nos bolsos), na procura de avistar Tônia. As nuvens brancas, guardadas de memória e, na noite vindo, seus sapatos na calçada às vezes pisavam em poças d'agua. Que mundo é esse em que faltam marinheiros? Tônia lá vem vindo, atravessou o asfalto molhado. Não estava nua com bunda e peitos de plástico rosa como dissera. Estava só de biquine e ventarola existencial feita de palha, autêntica coisa de bahiana! Ela vem, Tônia se abanando, a rebolar o andar . E balança a ventarola de forma lenta, ritmica. Ah minha rainha da bateria sem visíveis instrumentos musicais! - grita Tonho
,-Tonho, chéri, de blusa listrada preto e branco? E capacete de peão de obra? Agarra aqui, na minha cinturona, e vá ali, no Amarelinho tirar esta calça bran-ca e fi-car só de sun-ga! Tonho começa a gesticular, e dizer " que tempos são estes", com indignação mas, mudo, se dirige para o banheiro público. Um turista os fotografa. Tônia tinha mostrado todos os dentes. Tonho saiu assoviando. Marinheiros apareceram e ele agita as calças com os braços. Tônia estava sentada num grupo, em torno de uma mesa. Em alta voz Tonho se dirigiu para a mesa a recitar Poema Místico, de Felipe Stefani, levantando os braços...como é da tradição...
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
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