segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

sábado, 16 de fevereiro de 2008

enquanto Tonho e Tônia devem estar dormindo...
-Devem estar dormindo - sugere o barulho, motor, das ruas. Os lençóis dizem que dormem. Ao afastá-lo, num minuto desses, Tonho passará as mãos nas coxas, tocará o pênis. Leve. Ao levantar-se, procurará por algo de ontem, não imediatamente. Esperará por algo não conclusivo. "A neurose do barulho é uma desdita industrialista", fala enquanto faz um movimento com os ombros. Nua força se levanta da cama. Durante o dia seus passos firmes, andam. Precisa acabar de ler um artigo numa revista antiga. Tõnia, quando sair da moleza, cantará no espelho onde, primeiro, despenteia seus curtos cabelos , já oxigenados desde antes do carnaval . Na grande manhã que, às vezes, é a tarde, começa a vida a querer.E Tonho concentra-se na leitura, sentado mesmo. Tônia procura gravar algumas letras de samba-canção.Tonho passará as mãos nas coxas
Dilermando à janela da redação do Jornal da Casa, espécie de jornal de bairro, onde trabalha. QUANDO não está em seu blog
COLOQUIALMENTE SEI QUE SOU DIFÍCIL. Ao longo de horas, no seu relógio de pulso , DILERMANDO pensa en sua crônica, ARTE DE TUDO, quinzenal. Irá ao supermercado. GOSTO DAS PALAVRAS UMA DE CADA VEZ E, lento, sem muita pressa mas decidido põe-se a escrever antes de ficar lado a lado com as embalagens.
de quando em quando, antes da noite, ou depois da tarde da grande manhã, há de se ter algo pelo qual longos olhos olham. às vezes escorrem, fluem. quando acontece a liberdade, ficam soltos. algo os contenta, ficam contentes. ou, podem percorrer a velocidade, até abafados. até aflitos. nossas considerações... os olhos olham pela vida e não para si, exclusivamente. raciocínio... de quando em quando fragmentos ...
( o computador ligado sozinho em sua mesa)
às vezes sempre. às vezes, Sempre. e uma hora. e meia ( foi tomar água, enxuga a boca com as costas da mão)
tônia voltará para casa de ônibus( DE VERDE CLARO) e já pensa em retomar os ensaios de Semi- Esforço: VISION
é de manhã cedo. sinto vontade de estar mais coberta. Tonho só de sunga, perdeu as calças. aonde, meu deus! eu não vi. não vi mesmo! (se despediram com um beijo forte na face. tinham a noite até agora. noite longa de carnaval) nada de tomar táxi toda hora. Tonho voltará para sua casa de ônibus, e só de sunga, acima de tudo. sentado num banco de transporte público. na noite do último dia de carnaval ( o véu verde-água, agora nas mãos de Tônia. fica como se um lenço de grande dama, verde. no colo, suas mãos. as pernas de fora. cobre a barriga. volta para casa como se tivesse tomado um banho de tudo.) muito séria entra no elevador. ( agitando um pouco o punho, ao acelerar o passo depois de soltar do ônibus, o véu, agora lenço, dentro da mão). sou uma mulher cujas esquisitices dou asas na personalidade. não deixo as estranhezas me excluirem. e digo isso por causa de minhas maluquices( já no apartamento que divide com pais, móveis parados, bebe água para se lembrar que é vida, mas pode acabar. contempla os pingos. o copo fica na pia. enxuga a boca no ombro e dependurará o véu na porta aberta do seu armário. nua joga-se na cama cantando um samba - canção que decorara. até dormir). sons de música na grande manhã que fica a tarde.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
TÔNIA até seus cabelos curtos oxigenou!
(...naquela noite TÔNIA tocou, expões, um pouco, os pêlos pubianos de Tonho. animados passos de bloco que quase não saiam do lugar passavam na colorida, popular Av. Rio Branco 2008 ( abandonada, vivaz ...) e ninguém mais, ninguém menos que Virgínia Lane no palco ao ar livre na Cinelândia . A vedete do Brasil!!!! Amante de Getúlio Vargas !!!! gritava Tônia e Tonho ria...naquela noite... guardas em grupo olham para sério bloco gay com 7 normalistas ... E TONHO COM CAPACETE DE PEÃO DE OBRA, na frente escrito " visitante"...achava Opiniões e Desejos...um belo título. o guardará. Tônia passou a mão novamente nele...e o bloco voltava para trás, avançavam novamente, até certo ponto... na vivaz e abandonada avenida Rio Branco 2008.Tonho nota luz meio amarela no escuro do asfalto...e Tonho parado em sua sunga...já Tônia sobe e desce o Theatro Municipal , de biquine e véu, vaporosa, a escadaria cheirando a mijo. Tonho cruza os braços, franse o senho. Fita as árvores ao longo da avenida Rio Branco 2008. PENSAVA em outros carnavais. PENSA em serpentinas, exatamente...ao longo da avenida...por onde correu Tônia, de véu verde - claro...e os policiais não podem fazer nada a não ser conversarem
michelangelo antonioni e Revista A Noite

sábado, 9 de fevereiro de 2008
pós - carnaval, sempre
http://content7.flixster.com/photo/56/47/26/5647269_tml.jpg
TONHO chega em casa nos ares meio embriagados com que andara, com seus sapatos rasos, mocassins, ao lado do véu vaporoso com que Tõnia cobria, às vezes, o corpo. Ouve o barulho de suas chaves, particularmente. Usa as mãos para tirar o capacete de peão da cabeça, com alguma dificuldade e chega, no quase- escuro, até seu quarto. A rádio MEC deixara ligada. Seus dedos se adiantam para pegar cuidadosamente a foto impressa lá dentro da gaveta, junto de números de telefones em pequenos papéis rasgados , junto a pequenos cadernos de notas, perto a documentos, outros recortes. Ao aproximar o rosto e seus dedos, sente na imagem um estado expressivo, projetado quietamente, perspectivado no limite claro do ato de fotografar. Demora numa suposição infinita do quando e do quanto da permanência. E agora Tonho reconhece a companhia, por parte de Maistroianni. Pausada, ali, na sua mão..."não à toa inocentes índios já acharam que suas almas são capturadas em imagens..." diz em voz baixa, e a deita sobre a escrivaninha. Abre o chuveiro. Fica o murmúrio estalado, insistente, breve da água. Os pés no chão do box. Cabelos molhados, pensa num pensamento inteiro que foi sair para o carnaval. Lembra-se da calça! Onde é que estava? Ah , devia ter esquecido no bar!
Dispersão das Escolas de Samba
Tonho tinha tomado muitas cervejas em lata (RECICLE) na Cinelândia. Depois, de metrô, vê Tõnia retocar A FANTASIA, pulou para a Central do Brasil(RESTAUREM TÂO BELO PRÈDIO ART-DÉCO!) . Andaram nas imediações escuras ( e sexuadas) da Praça da República até à Dispersão das Escolas de Samba...Tônia ao seu lado pulsava, já usava o véu transparente verde-água , vaporoso, que caía dos ombros sobre o biquine azul-claro. E Tônia volteava no asfalto a cantar com sorrisos ""A Estrela Dalva ... / No céu desponta ... / E a Lua anda tonta ... / Com tamanho esplendor / E as pastorinhas / Pra consolo da Lua / Vão cantando na rua / Lindos versos de amor // Linda pastora / Morena / Da cor de Madalena / Tu não tens pena / de mim que vivo tonto com o teu olhar / Linda criança tu não me sais da lembrança / Meu coração não se cansa / de sempre sempre te amar" ...("Falando em pastoras, uma homenagem a Noel e Braguinha - e aos nossos queridos que já partiram e tanto cantaram esses versos"). A letra, e a NOTA entre parênteses, foram postadas por um autêntico folião do Recife, Rafael HP de Paula!). Tônia levanta os braços, o véu também preso aos seus pulsos e volteava, volteava ao ritmo da marcha-rancho. Lentamente. Tonho ao seu lado, nos seus sapatos rasos... Às vezes ouve-se a sola no asfalto, junto com a voz " larará" de Tônia...na madrugada do centro da cidade...perto de bares, e de policiais em dupla a conversarem, suspeitamente de tão à vontade.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
http://i141.photobucket.com/albums/r68/giancarletto/FILM/ITALIANO/450/450giuliettamasina.jpg
a fotografia é de um papel tão brilhante que luz giulietta massina. " aquela cara é o coração de Jesus". e Tônia via seus olhos refletidos na " pele d'alma". giulietta massina. la strada. a foto é grande . e a guarda de novo. dedos muito juntos, unhas recém pintadas, a segurarem por tempo o envelope. à altura do peito, próximo aos lábios sem pintura. Tônia, acho, chega a abraçar a foto. Foi assim que aconteceu no Amarelinho, um bar de calçada, numa tarde do dia seguinte à Quarta - Feira de Cinzas...
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Tonho esticou a cabeça, pescoço, ombros ( mãos nos bolsos), na procura de avistar Tônia. As nuvens brancas, guardadas de memória e, na noite vindo, seus sapatos na calçada às vezes pisavam em poças d'agua. Que mundo é esse em que faltam marinheiros? Tônia lá vem vindo, atravessou o asfalto molhado. Não estava nua com bunda e peitos de plástico rosa como dissera. Estava só de biquine e ventarola existencial feita de palha, autêntica coisa de bahiana! Ela vem, Tônia se abanando, a rebolar o andar . E balança a ventarola de forma lenta, ritmica. Ah minha rainha da bateria sem visíveis instrumentos musicais! - grita Tonho
,-Tonho, chéri, de blusa listrada preto e branco? E capacete de peão de obra? Agarra aqui, na minha cinturona, e vá ali, no Amarelinho tirar esta calça bran-ca e fi-car só de sun-ga! Tonho começa a gesticular, e dizer " que tempos são estes", com indignação mas, mudo, se dirige para o banheiro público. Um turista os fotografa. Tônia tinha mostrado todos os dentes. Tonho saiu assoviando. Marinheiros apareceram e ele agita as calças com os braços. Tônia estava sentada num grupo, em torno de uma mesa. Em alta voz Tonho se dirigiu para a mesa a recitar Poema Místico, de Felipe Stefani, levantando os braços...como é da tradição...
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
BRUCTUM
Afinal Tonho saiu de casa com sapatos sem meia. Sapatos, e não tênis futuristas. Sim, sapatos meio rasos, de solas simples para acompanhar Tônia. Se encontrarem às 17:30 na saída de uma estação de metrô. A viagem fez sentado. Tonho, vez em quando, voltava a direção de seu olhar para foliões ou gente com trajes, somente, por força mesmo destes dias tão naturalmente chuvosos do carnaval. O colorido, talvez, pode não trazer felicidade para toda a vida, só que Tonho apostava que sim, para ser condescendente, feliz. Estamos perto da estação Cinelândia e a velocidade reverbera ao seu olhar, independente. Velocidade tomada por si mesma deslancha-se a toda hora, a toda prova. Ele se levanta, em silêncio, e fica esperando, insistente, que a porta do vagão abra. Até chegar ao ar lá fora deu um sorriso, porque ele, Tonho, não era velocidade somente. "Sorry", diz com a mão na boca anarquista. Diz alto! Sapatos rasos, mocassins, tinham saido da plataforma onde um cara está vestido todo de branco e máscara planetária( eu o conheço, Tonho achou). TONHO AO AR LIVRE
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
POEMA MÍSTICO
Felipe Stefani

Repentino,
Na clareira vulcânica da idade,
Concebi assim a leitura da memória;
De que tudo que desata, cresce e morre
Tem um gesto,
Um gesto de princípio.
Deveríamos chamar "ritmo"
Tudo que nos torna exaltados.
Somos tentados a ver dentro do sonho,
Assim nos recriamos do que nos causa escândalo,
Nomeamos a noite, a tarde e a manhã dos tempos,
Como fôssemos deuses.
Somos ritmo do sonho,
Lembrando, vagando,
No fim de cada era,
Causando escândalo.
Vede as estrelas,
Os frutos das figueiras,
O templo,
Furiosamente serão lembrados.
Viveremos disso,
Dando ao mundo
Um nome de batismo.
Chamaremos "inspiração"
Tudo que concentra,
Avança e se enraíza.
Impérios definham.
Somos tentados a dizer que foi um sonho,
Um sonho dentro do sonho,
Se concebêssemos tal geometria.
Pois também se lavram as terras antigas.
Vede, as águas calmas
São também colhidas.
O sonho não é sonho,
A memória não é memória.
Há sempre um Deus a redizer a história.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
domingo, 3 de fevereiro de 2008
quase que no ritmo incansável de um trem, papéis renovam-se

sábado, 2 de fevereiro de 2008
quase - eclipse( sobre o carnaval)
O tempo tem sofrido alterações repentinas mesmo, é do azul ao amarelo sem limites para um respiro. As vezes um verde ou um violeta mancham o céu sem que as pessoas percebam o que há entre um tom e outro.( de Matheus MArco Moraes, A nota )
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