quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Money

A narrativa de Martin Amis revira o mundo com linguagem. Mundo, e linguagem, por um personagem , em primeira pessoa, que conversa o tempo todo - sempre embriagado e alucinadamente- com o leitor sobre a sociedade do consumo, do sexo, do dinheiro e coisa e tal. A corrosiva fala interior deste John Self pede sempre nossa adesão a como ele está ( sempre em apuros, numa ação incontida). Sua lucidez, embriagada, é simpática, invencível! Convivemos verbalmente com este diretor de comerciais e filmes pornô, quase sempre na ponte aérea London/ New York, através de linguagem que narra e mobilisa a miséria moral do dinheiro. Pela linguagem de plástica verbal ( sim, que se plasma no coloquial, nas coisas urbanas incorporadas), numa forma metafórica impressionante, vamos sabendo, e nos deparando com a realidade assim como com seu interior, por quem está dentro, numa forma de consciência, visceral, de que primeiro mundo participa: o da consumação capitalista, barata, da vida. E a moral de GRANA, a grande sacada deste livro, é a sobrevivência, algo patética e irônica, também, deste personagem / narrador, o John Self, que chega a discutir com o autor, Martin Amis ! Só ao final do romance vamos visualizar sua fisicalidade transbordante, tanto como o discurso e linguagem narrativa incessante; ele está quase quase acabado pelas peripécias do dinheiro mas sobrevive ao próprio romance, a si mesmo e aos excessos, e consequente falta, de GRANA! Sabermos, só ao final, de sua fisicalidade parece completá-lo. Ele que vivia ansiosamente num loucura só, afinal se completa com si mesmo... é tão curioso...engenhoso existencialmente!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

filme de esperança de 1938

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

páginas renovadas

livros, para dedos quando são música para os olhos ( e aí o barulho do trem) e o barulho do trem e a música se tocam. vão longe..

A DAMA OCULTA

Aqui, na foto deste filme de 1938, MICHAEL REDGRAVE, personagem pesquisador de dança e música folclórica num país imaginário (quase ao começo da 2º Guerra Mundial) sai pela janela de uma locomotiva para procurar, entrando por outra janela de outra cabine, a Senhora Froy. Ela desaparecera no trem em movimento, num movimento do cinema. Todos os personagens estavam numa hospedaria provisória a esperarem a neve ser retirada da trilha férrea para tomarem o trem.UMA MUDANÇA. Neste trem vai a professora de música, a senhora Froy, uma simpática velhinha que acha o país, do qual não sabemos o nome, adorável. Ela desaparece na viagem...THE LADY VANISHES...do inglês , simplesmente, Alfred Hitchcock... Ao final Mrs Froy, feita por Dame May Litty, aparece tocando ao piano, em Londres, música que trazia uma mensagem, segredos. Ela era espiã... Filme de uma época em que a Europa estava ficando esquisita como os vilões conspiradores no filme ( um médico canastrão, um mágico gordo italiano, uma duquesa de má aparência). A guerra começaria... Um filme de esperança, e humor, no ar em ritmo incansável de um trem...

sábado, 26 de janeiro de 2008

Crítica de Marina sobre desmatamento perturba governo
Às vezes, é uma alegria mesmo! Sério. MArina SIlva fará publicar uma lista com os 150 maiores responsáveis pelo desmatamento da Amazônia nos últimos meses. E o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, obrigará 80 mil donos das terras onde mais a floresta foi queimada a se recadastrarem. Provarem que aquelas terras são deles ( muitos km 2 tomados , por grileiros, dos índios). Ele informa que pequenos proprietários não costumam ter tal prática, usada pelos criadores de gado e produtores de soja. AH pessoas sérias eu as amo, meu Brasil!

e lá vamos nós, minha gente !

"Eu, Tonho,TENHO, quero sair de peão". Tonho fala de gente sem terra que fica devendo ao armazém, trabalham sem salário e tornam-se escravos de suas contas penduradas. "Quero um chapeuzinho , calça e camisa do corpo para movimento de clamor social no carnaval carioca ". às vezes a gente TEM que alguma coisa! TÔnia olha para ele e fala " Já eu, quero sair na Avenida como uma carioca bem fresca que fale muitos palavrões. Claro que com propícia ventarola existencial..." TEXTO A SER CONSTRUÍDO( depois do carnaval de 2008)( foi construido, na verdade, durante... mas isso eu digitei agora)
jeanne moreau também é o nome desta rosa

TÔNIA PENSA EM JARDEL FILHOl

LUZ DA NOITE À MADRUGADA, É QUASE CARNAVAL.TÔNIA e TONHO SOLTOS NUM FORRÓ DE BAIRRO. Tônia contara a Dilermando que tinham ido a um forró. E disse das mulheres muito apertadas em suas semi- roupas. "Fiquei À vontade, Ser em considerações estéticas...". E propôs para o jornalista, e agora homem de teatro, que escrevesse um esquete que partisse do que Paulo MArtins ( feito pelo grande JArdel Filho) fala na cena de Terra em Transe em que o povo é citado em efervescência carnavalesca como " alienado". Veio-lhe fazer, no espetáculo-perfomance Semi-Esforço: VISION, uma cena meio tele-jornalista que dialogue com este personagem de Glauber. DIlermando ficou sério com a empresa. - Em "Semi-Esforço: VISION" vamos colocar tópicos real-temáticos " pra quebrar". "Engrossar" o caldo cultural !- arremata TÔNIA, vedete que é!

memoire d' aujourd'hui

"rosa inicial", como é dito pelo poeta Felipe Stefani que canta corpo aberto a possível cosmo. Corpo e cosmo entretidos por incisivos versos e arrasantes imagens com matizes clássicas.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

de passagem

diga-se que Tônia é uma artista-intelectual meio trash...e ela ganhou os contornos desta definição, por cansaço da História e dos discursos... há algo extraordinário nela : faz uso de conceitos instrumentalmente, para definir certo tipo de problemas...não se isola, mas instrumentaliza-se criando discursos de corpo próprio a cada circunstância! Tonho é bem mais purista...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O Sol e as nuvens

o sol e a tarde

pessoalidade

O rosto um pouco avançado de Tonho, quase a sorrir, às vezes. Suas mãos não são mãos de estudante...mas páreo para segurar livros. Tonho é alto, não fala sempre, nem muito( só quando sente que indispensável à considerações, à vida e tal). Sua testa larga; fios de cabelos a cobrem de tempo em tempo...e ele os afasta com os dedos...os dedos de Tonho e seus olhos acessos meio que sofrem de dúvidas. Pode ficar horas matutando algo, algo tanto bom como pode ser ardiloso. Tônia quantas vezes se pega pensando nele ( aí seus olhos ficam vagos, os olhos vagos de Tônia...de costume simpáticos e firmes). Pensa num troço emocional, sentimental que não permite a ele se ver como um todo artístico...aí ela prevalece com seus conceitos, sua vedetice. E até seu mal-humor e o desafia, e o provoca para levá-lo a manifestar-se mais frugalmente. Levá-lo mesmo a ser frugal com o próprio corpo! Mas é verdade! Tônia quer um número de nú de Tonho com a platéia do Teatro O Mais da Vida!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

notre musique

"Quando ouvi falar do cubismo como " construção do olhar" achei que tinha descoberto um mundo !( disse-me Tonho, colocando suas mãos firmes bem no fundo dos bolsos das calças...). Porque as coisas poderiam ser vistas por vários lados. Isso não é bem uma perspectiva clássica, é possibilidade do olhar.Possibilidade para os lados. Muito construtivo! - e sorriu e seu rosto avançou um pouco para meu olhar, intantâneamente; então cruzou os braços no peito para ficar sério logo depois. Não o achei tão caladão como pensava. Sei que as aventuras custam !

manifesto de Oswald de Andrade

"Quando li o Manifesto do Pau Brasil achei que era quase um programa. É, destes de computador que permitem operações, com tecnologia própria ( e não só auto-referente). Uma possibilidade de manobra. Deveria ser relançado, se encontrar em bancas de jornal!" Disse-me a bela de Lesbos, Tônia ( ajeitando seus óculos escuros,e caprichando na pose de quem se apóia na ponta dos pés, para empertigar-se, antes de enfiar, calmamente, suas delicadas mãos nos bolsos de suas calças jeans já empertigadas por natureza)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

o espetáculo do mundo

madrugada a essa hora ( neo-realismo)( não filme histórico). luz da noite na madrugada.
letras

flores na manhã

orvalho. trabalho transparente .(ópera num ipod não -visível de Tônia)(Tonho tem ao pulso uma fita do Senhor do Bonfim)
agora ( relê )

rever

ver. Tônia olha para uma fotografia de GArbo que tem em seu quarto, sempre. Antes de sair. Ela sabe que quando Greta Garbo caminhava, todas as tardes, em New York, às vezes se guiava por alguém a sua frente...

domingo, 20 de janeiro de 2008

o teatro "o mais da vida"

-Êi, moço!( um tempo longo até o vendedor prestar atenção) tem Bertold Brecht por um preço camarada?- grita um adolescente em pleno século XXI ! TONHO, de jeans e sem camisa, ouve com um livro de Rachel de Queiroz na mão, a um real. Tudo numa barraca de feira intinerante de livros na mui heróica, e esburacada, cidade do Rio... o dramaturgo, anônimo, bem do lado...

Ái, Helena...

Tonho e Tônia, os perfomáticos, ficam horas olhando para esta foto, originariamente em 3/4. Embasbacados, totemizados, endoidecidos, meio assombrados, inacreditados...a foto nos seus dedinhos... Tonho apóia o cotovelo à mesa, apóia o queixo na mão e olha para Tônia, quase que num só ato, e diz...HELENONA
"...as suas mãos onde estão onde está o teu carinho, onde está você..." Tonho cantarola ( sem a letra) ao mesmo tempo que limpa, com um guardanapo de papel, as marcas de fast-food em seus lábios. De repente fica muito sério...é que pensa que não deveria comer porcarias...mãos à mesa, vira-se para o lado e pergunta À TÔnia: "De que nos fantasiaremos no carnaval? " E ouve: "Que tal nudez total mais grandes bundas e grandes peitos de plástico?". Tonho vira o rosto, ela continua no jornal. Chateado, levanta-se da cadeira plástica presa no chão com ferros, e vai ao banheiro. Lá, declama Drummond. Voltas à mesa ( ansioso); ela nem aí, continua a ler; ele chega a ouvir o ruído das folhas impressas. Passa as mão nos olhos. Volta ao banheiro. Olha-se no espelho e se diz, em voz audível, ser de uma classe de gente tão nítida como o dia. Tão vasta, e tocável, como a noite. Não era um domingo lerdo , à tarde. Põe as mãos nos bolsos, empurra a porta do banheiro que fecha, ao sair. Seus passos estendem bem suas longas pernas no espaço -Tõnia, vou para casa- diz -Mas como és rebelde! ela desgruda os olhos das páginas ( hoje não é domingo, esqueceu foi?). Ele olha para o sol lá fora, sente as nuvens lá no alto ( cruza os braços e , cabeça baixa, repete a poesia com olho nos pés naquela lanchonete)

Tonho coloca as mãos nas faces e estende os braços

...num ritmo marcado por abrir e fechar de pálpebras. A essa perfomance chamaram de "As Àrvores à Noite"...outro dia, em algum Baixo da cidade.

Tônia coloca as pontas dos dedos na boca

...dá um, dois passos. marcantemente . se aproximam dos bares... e começa a falar nomes difíceis. Os dois, lado a lado ( abrem e fecham as pálpebras)." Estapafúrdia", a última palavra, é dita por Tônia, num súbito corte. Cerimoniosamente andam e vão para outro bar. Ali ela começa a falar "desengonço".

sábado, 19 de janeiro de 2008

eterna e pop

Tônia tem foto de Helena Ignez, meu filho ! quer mais?!

Tonho está num lado da calçada. E anda. Tônia vem pelo outro lado. Está num justíssimo shorte de malha, uma enorrrrme camiseta branca com o nome ROGERIO SGANZERLA estampado. Sobe as escadas. Chega à sala de redação do URGENTEjornal de bairro e pergunta aos jornalistas lá lotados como encontrar DIlermando Reis. - Nosso cronista? - Humhum - Ali, na janela. Pensando, como sempre está. - E olhando para a feira! - ajuntou a faxineira piadista. - Dilermando? Ele voltou seu olhar para dentro da sala da redação, batendo os olhos naquele rosto magro, definido que segurava, com dedos finos, alvos, um envelope de cor parda; DIlermando prestou atenção a sua boca bem desenhada quando ela disse- Meu nome é Tônia. Li o que você escreveu sobre perfomances minhas e de Tonho, na rua. Somos artistas de rua. Gostamos! Tenho aqui ( e, então, Dlermando dirigiu seus olhos para o envelope, próprio para guardar documentos e outros papéis importantes), tenho uma foto que quero mostrar. - Sim, de perfomances?- logo perguntou - Parecido, mas me deixa apresentar de forma indicada, própria. Bem, sou filha de Nestor Buarque III, o senhor deve conhecer. É o historiador número 1 do país e vou logo ao ponto, digo "eu, Tõnia, fã de Janete Jane, a incrível piranha de botas brancas, micro saia, muito rímel e sombra ( sempre mascando chiclete e falando absurdos). Eu, Tõnia, amiga de Ângela Carne e Osso, aquela inimiga nº 1 dos homens, que odeia os boçais e acha ridículo um fim de semana na Ilha dos Prazeres ... Extremos...eu, TÔnia, entusiasta da jovem loura que vai para o arraiá com um vestido com "lindo" babado e escuta, outra hora, fremente, as palavras de um professor que , ao ar livre, conclama a todos para a luta pela justiça para com os trabalhadores rurais, em "Grito da Terra"...eu mesma, admiradora de Sonia Silk, mon amour, aquela posessa que recusa-se a fazer programas com homens em Buenos Aires junto com Lilian Lemmertz, sonhando em ser cantora da Rádio Nacional, ela, a Miss Prado Júnior... eu, fixada na manicure em "Perigo Negro"; eu, maluca pela filha rebelde de cabelo maria chiquinha num filme de Eliseu Visconti. ADMIRADORA FANÁTICA FÃ DE HELENA IGNEZ, a forte, mística, a super talentosa comediante brasileira...eu conclamo em nome dela que você escreva para mim e para Tonho, escreva como jornalista curioso das crônicas lides brasileiras, não se esqueça dos curiosos slides da vida nacional, tudo, naturalmente, sentado no batente da janela...como quiser mas que escreva, viu? perfomances para nossa estréia nos palcos. DILERMANDO, pouco a pouco, saíra da janela e sentara-se a sua mesa com classe profissional e vagar e atenção para com aquela moça . Em grande fonte, digitou SEMI- ESFORÇO : VISION e virou o computador para ela. Tonia colocou sua face encostada a de DIlermando que sorriu com sorriso em silêncio. Alguns minutos ficaram assim, mas, ao mesmo tempo, foi rápido.Minutos. E Tônia, então, tira a foto (acima) do envelope que tinha nas mãos e a segura, firme; com mãos para o alto a ostentou por vários outros minutos que não chegaram a ser hora. Tonho lá debaixo grita: TÔOOOOOONIA ! Tá na hora de lanchar!( buzinas na rua, ele sabe do barulho, grita outra vez, desta feita mais alto ainda; pessoas aparecem à janela e ele saúda com gestos de mãos).
A CHUVA E as letras e olhos lacrimejantes saúdam Luis CArlos Tourinho ( em For All).

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

fonte( s )

BRUCTUM - mundo vida

Quando a realidade oferece-nos alguns espetáculos visuais, SOFREMOS UMA INTENSA REVERBERAÇÃO, como se estas experiências fizessem-nos tocar uma dimensão conhecida e desconhecida ao mesmo tempo. Que recorte é esse que fazemos? São colagens de impressões e de sinais visuais? Parece ser uma ordem que rompe com sua tradição porque não ordena( ah veja como isso é captado em "COPACABANA MON AMOUR", o filme real-alucinado de Sganzerla). Esta ordem se deixa ver numa rede de significações, com os objetos do mundo. Está entre eles e se oferece a qualquer olhar, mas se inibe e se recolhe quando ordenada de fora, avessa e refratária a qualquer descrição mais positiva( essa ordem numa rede de significações, com os objetos do mundo, avessa a descrições é bem a narrativa-estrutura sobre o anonimato, nos dias do golpe militar de 64, por José Agrippino de Paula, em "LUGAR PÚBLICO"). Ordem. Olhar.

Brecht é pela VISÃO com distanciamento crítico, mas Fellini o contrário!

estruturação : o diretor de cinema, neste filme de Fellini, faz um gesto em direção a si mesmo. Estrutura-se a visão de Fellini que implica, e mexe com silêncios, com linguagem que OTTOMEZZO apresenta. Com licença, que AÌ EU COMEÇO: " vamos fazer, neste mundo- vida, neste BRUCTUM..., com que artistas de rua, TONHO E TÔNIA-PERFORMERS- montem cenas de dois enlouquecidos cheios de atitudes de arte, praticantes de osmoses.. cenas que dêem mostra a comportamentos e culturas carioca-nacionais!". MARCELLO, o iluminador deste espetáculo teatral, SEMI-ESFORÇO: VISION, acha que tem que ter toques neo-realistas( ele tem mania de realidade sob uma certa luz, quer criar uma luz natural...). TÔNIA pensa em zorra total e...pessoalidade. Pessoalidade pode ser encontrada na figura de TONHO que é elegante e um pouco louco porque observa...Como MArcello vai criar luz natural no Teatro O Mais da VIda? Vejam!

gesto e mundo ( particularidade)

Na “Ordem Humana”, capítulo de A Estrutura do Comportamento, Merleau-Ponty introduz A IDÈIA de que a PERCEPÇÂO fenomenológica é um ATO DA CONSCIÊNCIA humana que se dirige aos sentidos da dialética ser-mundo ao distinguir, por exemplo, um gesto de uma soma de movimentos. UM GESTO OBSERVADOR-INTELECTUAL: "O fenômeno da vida aparece no momento em que a extensão de um corpo, pela disposição de seus movimentos e pela alusão que cada um faz a todos os outros, volta-se sobre si mesmo e começa a expressar alguma coisa, a manifestar um interior sendo exteriorizado" ( não é assim no delirante, e metalinguístico "Fellini OttoMezzo"?). Este interior existe em relação, numa medida...num movimento com o exterior...TONHO E TÔNIA reagem, em uníssono, a esta exposição ( colada do Google)com um longuíssimo HUMHUM...são performers, né...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Quando eventos na rua,- uma multidão, um acidente,- são vistos através das vidraças DE UMA JANELA, QUE SILENCIA SEU SONS, ESTES EVENTOS, TRAZIDOS À CONDIÇÃO DE PURO ESPETÁCULO, investidos com uma espécie de eternidade, temos a impressão de ter acesso a outro mundo, a uma surrealidade, porque o envolvimento que nos liga ao mundo humano é quebrado pela primeira vez, porque uma natureza 'em si mesma' (en soi) se permite mostrar".
todas as letras no teclado. todas as páginas tocadas pelos dedos por que passeia o olhar

TONHO E TÔNIA. PERFORMERS CARIOCAS> escrevo um romance sobre eles...chama-se Bructum...Tônia é dada a vedetismos e Tonho é um pouco louco...

sério e um pouco louco... ... UM JORNALISTA, o DIlermando, tenta escrever um texto para as performances deles...ele se chama Dilermando Reis...acontece que vive na calma de uma redação de jornal de bairro... MARCELLO vive conversando com DILERMANDO(acha que tem que ter luzes neo-realistas...TÔNIA discute. Ela, com seus comportamentos muito filiados aos personagens de Rogério Sganzerla, feitos por Helena Ignez.

palavras de Rogerio

Dirijo os atores EM MOVIMENTO e eles exercem TOTAL LIBERDADE DE ESTILO, para poderem ser mais sinceros. Os atores são pessoas amigas que me protegem nos momentos difíceis da filmagem e me capitalizam em busca de um SISTEMA VERDADEIRO CAPAZ DE APREENDER todas as mutações, que são registros do processo histórico que estamos vivendo agora e depois..." Palavras de Rogério Sganzerla e TONHO e TôNIA escutam ( recém saidos de uma perfomance que protagonizaram na Cinelândia - leia mais embaixo... na postagem chamada O Signo do Caos) (AH eu, DILERMANDO e Breno Leite, de lado, assistimos a Tônia e Tonho ESCUTAREM AS PALAVRAS). Era num hora da tarde...

domingo, 13 de janeiro de 2008

GESTO

Eu tinha visto no blog de Ranieri Brandão, "Cinema e Pessoa" : "Construa seu filme sobre o branco, sobre o silêncio e sobre a imobilidade." - Robert Bresson. E no livro "Tudo é Brasil", tinha lido no domingo : "O cinema teria de ser escrito em uma folha em papel pegando fogo para poder registrar esse movimento de captação do pensamento de um filme, durante sua realização."- Rogério Sganzerla. Estas duas afirmativas, distintas, revelariam ascetismo de uma oração divina, em Bresson e, a de Rogério, instantaneidade quase inapreensível da ação do fogo numa folha, como metáfora do que acontece num filme . " Curioso é a noção do branco e, em Sganzerla, a noção da rapidez de efetivação de um acontecimento..." - comentou Tonho ao ler isso no rascunho deste blog. Eu, Rômulo, acho, que longe de só pensar no contraste... TONHO, cuja arte como performer está um pouco entre o imóvel e o acontecimento, agora está sentado ( trabalhou no sábado na CinelÂndia); frente à televisão de madrugada toca os dedos, não todos, e de leve, nos poucos pêlos do peito, em camiseta de casa, e estende o braço diante de si... no vazio da madrugada de um domingo à noite; puro volume, subitamente abaixado do aparelho de tv. EIS. Pés descalços no sofá. Sua grande mão,iluminada ( até o momento não tem nada que lembre masturbação).IMÓVEL pequeno MOVIMENTO.num domingo.
TÔNIA (desenho de Rosângela Neder)

O Signo do Caos

TONHO, vestido de peão de obra, lê ( silenciosamente) um livro, de pé sobre uma sólida base de um monumento da Cinelândia/ Rio de Janeiro. Também de pé e um pouco afastada, TÔNIA, com cabelos de " fera oxigenada", braços e as mãos levantadas para o alto, fala palavras como "carambola", "filmagens", "madrugada". IMÓVEIS. TONHO e TÔNIA. PERFORMERS. Depois, andando ( sem ganharem moedas ou notas) passaram, andando, pela Caixa Cultural. Eu, Rômulo, lia para o jornalista DILERMANDO, PALAVRAS de Rogério ( um post acima), de um livro que Sinai Sganzerla dera a mim e a Breno Leite: "...OS ATORES SÃO PESSOAS AMIGAS QUE ME CAPITALIZAM EM BUSCA DE UM SISTEMA VERDADEIRO CAPAZ DE APREENDER TODAS AS MUTAÇÕES, QUE SÃO REGISTROS DO PROCESSO HISTÓRICO QUE ESTAMOS VIVENDO AGORA E DEPOIS..." Palavras de Rogério Sganzerla, acamado, em São Paulo( diz o livro). TONHO e TôNIA tinham se aproximado PARA OUVIR COM OLHOS LIVRES. Ah não disse ( o que depois eles contaram a DILERMANDO, o jornalista, escritor e diretor de teatro...) que TONHO resistiu a oxigenar seus cabelos um pouco fora do corte...antes de se apresentarem no monumento...

TÔNIA LÊuma possível sinopse de Copacabana, Mon Amour, feita por Remier Lion, da revista Contracampo.TONHO ESCUTA.

Quando chegou ao Rio de Janeiro, “nas proximidades da Idade da Pedra”, em 1970, Rogério Sganzerla descobriu na favela a África encravada no coração de Copacabana. Copacabana mon amour inaugura a chanchada psicodélica carioca. Sganzerla filma o morro do jeito que o diabo gosta e revela “a paisagem desta ex-capital apodrecendo maravilhosamente”." "Helena Ignez é Sônia Silk, “miss Prado Junior”, “a fera oxigenada”, rainha do trottoir e macaca de auditório. Tem pavor da velhice e seu maior sonho é ser cantora da Rádio Nacional. É seguida por um fantasma, mas não dá a menor bola a ele. Faz ponto encostada num carro de polícia. O irmão gay — interpretado por um Otoniel Serra insano — é um médium em farrapos. Uma bicha-louca macumbeira e invejosa. Viciado em cheirar a cueca do patrão vivido por Paulo Villaça (o “doutor” Grilo), representação da necessidade burguesa de exercer um poderzinho escroto e mixuruca. Guará, em um dos seus melhores momentos, encarna o malandro que vive às custas de achacar turistas na avenida Atlântica e faz de tudo para ser o cafetão de Sônia. Lilian Lemmertz está linda. Entre um sobe-e-desce de morro e um vai-e-vem de esquina, um passeio na orla esclarece o motivo de tanta confusão, é “o sol de Copacabana enlouquecendo certos brasileiros em pouquíssimos segundos, deixando-nos completamente tarados, atônitos e lelés”." Responder
Tonho escuta

sábado, 12 de janeiro de 2008

Ficção, documento, FANTASIA

"Fellini OttoMezzo", uma ficção que documenta materiais que vão de reminiscências líricas de vida a toda uma fauna humana circundante meio a uma produção de um filme em crise, em aberto. Há de se pensar em documento e ficção. Em fantasia e realidade, em crônica como documentário numa forma cinematográfica entre o sonho e a realidade, embaralhados. Federico passa como um gato pelos limites dessas instãncias e categorias num cinema do maravilhoso em estado de desencanto que o diretor italiano atiça, provoca ao som das perfeitas musiquinhas de Nino Rota...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

BRUCTUM - uma narrativa literária

TÔNIA E TONHO são performers dos anos 2000. Ela filha de um historiador histórico, Nestor Buarque III e ele um morador sensível da Zona Norte. Alto, elegante e comum. São amigos. Co-atuam no Teatro O Mais da Vida, onde ensaiam o espetáculo- perfomance SEMI ESFORÇO: VISION. Espetáculo feito de quadros, esquetes ( quase uma revista)com referências orgânicas de : MPB PORNOGRAFIA CINEMA NOVO ZORRA TOTAL SUPERMERCADOS, dvds...e tal. BRUCTUM é um romance reflexivo. Narra a montagem, contemporânea e cheia de referências à cultura e ao lado existencial, deste espetáculo- perfomance . Muito paradigmas diluidos. DILERMANDO, um jornalista de jornal de bairro, dirige SEMI- ESFORÇO: VISION, em ensaio... no romance BRUCTUM ( em andamento ) .muito michelangelo antonioni. blog. apagão, platéia e um URGENTE JORNAL de bairro. BRUCTUM . por rômulo de almeida portella. Tem TÔNIA e TONHO, DIlERMANDO, o diretor e jornalista, e mais: Tonico da Sono plastia , MArcello...que faz a iluminação. Tem a faxineira, Adalgisa... o segurança...o taxista...Ia me esquecendo do atraente porteiro!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

o fator Fellini

Federico Fellini desde seus primeiros filmes, próximos do neo-realismo, procurará a crônica de seus personagens e/em situações existenciais, de vida e sociedade. Crõnica como visão de realidade. VIsão da realidade pelos sonhos. A ficção, em seus filmes, é um meio para desenvolver uma crônica de vida. La DOlce Vita. Crônica de uma tendência existencial contemporânea. Um documento de ficção. Entendo por isso, documento de ficção, as histórias funcionarem não só como enredo, mas como registros próprios de uma realidade que seus personagens/ e fantasia desfrutam. Um testemunho ficcional. Em Satyricon atualiza a Roma Antiga com referências aos comportamentos venturosos dos anos 60 e 70). Os acontecimentos em Federico Fellini são sempre crônicas, e fantasias, de certos " estados de realidade " elaborados por uma mágica que sempre tem em vista as luzes do teatro, do circo tão fundamentais em sua vida, assim como também a caricatura. "Entrevista" é um documentário da ficção de uma suposta filmagem que Fellini estaria realizando de América, de Franz Kafka ...